Com essa demanda em mente comecei a tirar meu
traje do armário pra tomar aquele sol, o máximo que consegui nesses dias foi um
ventinho!
Nossa celebração tem uma roupa especial, uma indumentária que chamamos
de veste. A veste do sacerdote Viansatã é inspirada no steampunk. Entre
relógios, memórias da última temporada de LUMUS me
lembrei de como minha nova veste de sacerdotisa 11 foi escolhida.
O meu traje, não poderia ser diferente, foi achado em um
brechó, mas, volta e meia acredito que foi ele que me achou!
‘Estava eu, numa
quinta-feira passando pela Rua Joana Angélica indo pra Escola de Teatro quando começou
uma chover, então, eu e Marcinha Lima entramos em uma igreja onde havia um
brechó. Enquanto São Pedro lavava os céus de São Salvador olhávamos as roupas e
de repente *-* encontrei um vestido preto de renda com longas mangas, fiquei
encantada!
Mais meu ascendente capricorniano começou a ponderar:
- Onde eu vou usar
isso aqui em Salvador pelo amor de Deus? - Mais como boa escorpiana-consumista-acumuladora,
o pensamento seguinte foi:
- Ah, vai me servi
de alguma coisa para o teatro. – Comprei pela bagatela de R$8,00, até hoje me
espanto quando penso nisso. ’
Mal sabia que aquele
vestido se tornaria sagrado.
Quando decidi trocar minha Veste, depois de dois Théâtre dês
Vampires, queria decididamente um vestido.
A sinuosidade de um vestido, sobretudo, a delicadeza da renda. A renda
escura na minha pele clara. Queria ir para o salão de festa!
Lembro como se fosse
hoje, estávamos todos na Vila Ferraro apresentando uns para os outros seus
projetos de vestes. Originalmente o vestido daquela tarde chuvosa seria apenas
um modelo para o traje oficial, até que Fabiana Maia, ex-integrante do grupo me
perguntou:
- Porque você não
usa esse vestido!? - E o encantamento se fez.
Desde então não consigo me ver nas escadas, fitas vermelhas
e perfume de lírio longe de sua - minha pele rendada, fluida e entregue.
Líquida!
Agora enfrentamos mais alguns desafios e vamos seguindo em
frente com os corações sempre pulsantes de paixão pelo Nosso Teatro.
E vamos garimpando...
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